Já faz sete dias que a equipe está no Atol das Rocas. O trabalho com as tartarugas é realizado sempre de noite estendendo-se pela madrugada. No início, até a equipe se adaptar com todo o procedimento, chuva, ventos fortes, maré alta e sem contar que os animais são enormes, é difícil, mas conseguimos!
A experiente chefe da reserva Maurizélia de Brito, a Zelinha, acompanhou a equipe nos primeiros dias, forneceu dicas importantíssimas para facilitar o trabalho. Segundo Zélia, todo manejo com as tartarugas devem ser feitos preferencialmente no momento da postura, ou seja no “momento em que elas entram em transe”. E, realmente os animais ficam parados facilitando todo o trabalho de microchipagem e coleta de amostras biológicas.
Mas no Atol todo o trabalho é em equipe, também fomos ajudar outra equipe de pesquisa e, para a nossa surpresa, avistamos nossa primeira tartaruga morta, era um macho caquético, bem magro, com uma elevada quantidade de algas no casco e diversas escoriações espalhadas pelo casco e plastrão.
Encontramos também muitas tartarugas sem anilhas ou com evidência de perdas das anilhas metálicas o que fortalece a importância da aplicação do microchip, melhorando assim a identificação das tartarugas. E, desta forma nos permite uma identificação a longo prazo, contribuindo para uma avaliação contínua dos dados biológicos destes animais, como por exemplo a taxa de crescimento e possível retorno as praias de desova.
Além disso, uma correta identificação em longo prazo aliada a avaliação veterinária contínua nos permite acumular dados a respeito da saúde dos indivíduos que frequentam as águas do Atol das Rocas.
Após a primeira semana de trabalho muita coisa aconteceu: ideias surgiram, experiências foram trocadas, os animais enfim foram microchipados e, embora a distância, os ventos e chuvas contribuam para aumentar a vontade de seguir em frente, ainda estamos muito no começo na tentativa de ajudar os animais, mas sem dúvida creditamos que estamos no rumo certo.
….e só para lembrar já são 21 tartarugas marcadas com microchip após a primeira semana de trabalho no Atol das Rocas!