Nesta semana a chuva não deu trégua para o nosso trabalho no Atol das Rocas. Choveu praticamente todos os dias desde a chegada da nova equipe. E de noite, com chuva e vento os trabalhos ficam mais difíceis ainda.
Muitas tartarugas fizeram o que chamamos de meia lua, sobem, mas não desovam…. Você sabia que as tartarugas fazem uma “cama” para elas desovarem?
Após a subida na praia a tartaruga escolhe o local para fazer a sua cama, que dura aproximadamente meia hora, depois disso começa a cavar o ninho com as nadadeiras traseiras, formando uma “concha” no qual retiram a areia para fazer o ninho de aproximadamente meio metro de profundidade.
A desova ocorre seguida com a postura de aproximadamente 100-120 por ninho. Depois da desova a tartaruga
recoloca areia no ninho e volta para o mar.
Todo procedimento é bem demorado e nosso trabalho de marcação e coleta de material biológico deve ser o mais rápido possível para não atrapalhar o animal durante sua postura.
Algumas tartarugas nem precisam de marcação, pois possuem marcas naturais. É o caso desta tartaruga. Provavelmente este animal deve ter sofrido algum trauma quando mais jovem e conseguiu sobreviver. Suas nadadeiras traseiras estão íntegras o que favorece a construção do ninho para postura dos ovos.
Durante o dia a equipe recebe as visitas das aves do Atol… as viuvinhas e os trinta-réis. A Viuvinha (Anous stolidus) é uma ave bem curiosa… chega bem perto proporcionando fotos incríveis. Já os Trinta-réis (Onychoprion fuscatus) voam ao seu redor enquanto você anda pelo Atol, sendo uma companhia constante…inclusive de noite.
O trabalho continua… já microchipamos quase 70 animais…