Você sabe a diferença entre conservação e preservação? Essas duas palavras que muitas vezes são utilizadas como sinônimos, na verdade são bem diferentes e formam duas correntes ideológicas amplamente discutidas na área ambiental. Cada uma representa relacionamentos distintos do homem com a natureza. Conservação significa proteção dos recursos naturais com utilização racional, garantindo a sustentabilidade dos mesmos. Preservação quer dizer proteção integral, ou seja o recurso permanece intacto e sem interferência da ação humana.
Na segunda metade do século XIX, o crescimento econômico resultante da Revolução Industrial acelerou a destruição do meio ambiente: poluição do ar, do solo e das águas, desmatamento e etc. Com isso veio a preocupação em criar áreas de proteção natural e o questionamento sobre a presença humana e suas atividades nessas áreas de proteção. De um lado, Aldo Leopold, precursor da Biologia da Conservação, defende a participação humana sempre com harmonia e com o objetivo de proteção. Por outro lado, o naturalista John Muir, maior expoente preservacionista, defende que a natureza existe desde muito antes da ocupação humana e por isso deve ser manter intocada.
No Brasil existem tanto áreas conservacionistas (chamadas Unidades de Uso Sustentável), onde populações locais tradicionais podem fazer o uso sustentável dos recursos, quanto áreas preservacionistas (chamadas Unidades de Conservação), onde não é permitido o uso dos recursos e a presença do ser humano é permitida apenas para pesquisa ou visitação.