O rio Tietê nasce no município paulista de Salesópolis, na Serra do Mar, a 22 km do oceano Atlântico e a 96 km da Capital. Ao contrário de outros rios, que estão sempre seguindo para o mar, as escarpas da serra do Mar obrigam-no a caminhar em sentido inverso. O Tietê atravessa a Região Metropolitana de São Paulo e segue para o interior do Estado, desaguando posteriormente no rio Paraná, num percurso de quase 1.100 km. Em um passado recente, o rio foi muito utilizado como estrada de acesso por índios, bandeirantes e religiosos para chegar as vilas que cresciam a beira do rio no interior do estado.
Desde 1700 já existem relatos de exploração de ouro e ferro em São Paulo, causando variações na cor das águas do Tietê, já na metade do século XVIII a exploração da cultura do açúcar provocava o desmatamento das margens do rio. Em 1900 já existiam mais de 150 empresas jogando lixo no Tietê, mas ainda assim nas décadas de 1920 e 1930, o rio era utilizado para pesca e atividades desportivas. Nesta época, clubes de regatas e natação foram criados ao longo do rio. O processo de degradação do rio por poluição industrial e esgotos domésticos no trecho da Grande São Paulo tem origem principalmente no processo de industrialização e de expansão urbana desordenada ocorrido nas décadas de 1940 a 1970, acompanhado pelo aumento populacional ocorrido no período, em que o município evoluiu de uma população de 2 000 000 de habitantes na década de 1940 para mais de 6 000 000 na década de 1960. Como resultado, em 1970 o índice de oxigênio na água é zero, há apenas mau cheiro, moscas e espumas no Tietê.
A cada segundo, o rio Tietê e seus afluentes recebem, só na região metropolitana de São Paulo, cerca de 35 mil litros de esgoto, de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Em 24 horas, a quantidade lançada chega ao impressionante total de 3 bilhões de litros. Isso sem contar os dejetos que são lançados ao rio antes de ele chegar à capital e o lixo diretamente atirado em suas águas, como pneus, móveis, etc. Há quase 60 anos, o Tietê é um rio “morto” na região metropolitana de São Paulo. Biologicamente falando, isso significa que ele não apresenta suficiente oxigênio diluído para garantir a existência de um ecossistema.
Será que a sua cidade tem saneamento básico ou deposita o esgoto no Tiete? Procure descobrir….
Interessantíssima a história. Espero poder um dia ler que o rio foi liberado a esportes, talvez a banho.