Nas últimas semanas, imagens de paisagens com neve alaranjada na Rússia, Bulgária, Ucrânia, Romênia e outros países tem se espalhado pelas redes sociais e deixado muita gente curiosa. Nessas fotos é possível ver que em grandes áreas a neve possui um aspecto alaranjado, bem diferente do branco habitual. A explicação para esse fenômeno é simples, mas não deixa de ser surpreendente: tempestades de areia do deserto do Saara misturaram-se com a chuva na atmosfera que caiu como um manto de neve laranja em toda a Europa Oriental. Confira o vídeo:
Meteorologistas afirmam que com as condições atmosféricas adequadas a areia é transportada para níveis superiores da atmosfera e viaja milhares de quilômetros, no inverno mistura-se com a neve e a chuva e muda a cor do habitual branco. Isso foi confirmado com imagens de satélite da NASA que mostra muita areia e pó passando pelo Mediterrâneo. O fenômeno não é raro – acontece, em média, de cinco em cinco anos – e tem origem nas tempestades de areia do deserto do Sara. O que acontece este ano é que a concentração de areia é muito maior do que o habitual e é por isso que as pessoas têm estranhado, por exemplo, sentirem areia na boca.
Mas não é somente na Europa que a areia do Saara se espalha, ela também chega na nossa floresta Amazônica. Mas isso não causa prejuízo e sim benefícios para a floresta pois a areia contém fosforo, elemento raro na Amazônia.
Mas como chegar da África até a Amazônia? Os ventos são tão fortes que conseguem carregar a areia rica em fósforo por quase 5 mil quilômetros, até a América do Sul. De acordo com a Nasa mais de 27 milhões de toneladas de areia viaja do Saara para a Amazônia a cada ano, com cerca de 22 mil toneladas de fósforo. o próximo passo da pesquisa é entender a quanto tempo esse processo acontece e conseguir prever até quando o Saara poderá fertilizar a Amazônia.
Assista ao vídeo da agência espacial americana com uma demonstração do estudo: