A marisma é um tipo de zona úmida com solo rico em minerais. As marismas são muito semelhantes aos pântanos, a diferença entre eles é o tipo de vegetação que há em cada um. Nas marismas crescem sobretudo caniços, enquanto os pântanos têm principalmente árvores ou arbustos. As marismas estão sujeitas aos mesmos extremos de salinidade, temperatura e marés que afetam as planícies de maré. Têm fundo lamacento, mas a lama fica fixada pelas raízes de plantas, por isso são relativamente estáveis.
As marismas se formam em áreas baixas às margens de rios ou à beira-mar, portanto podem ter água doce ou salgada. Elas são especialmente comuns em áreas chamadas deltas, que se formam junto à desembocadura de rios. Quando o rio chega perto da foz, sua correnteza fica mais lenta e as rochas e os pedaços de terra que carrega se depositam em seu leito, criando um lodo fértil, no qual cresce a vegetação da marisma.
São ambientes onde existe uma grande quantidade de matéria orgânica que dá suporte a uma alta produtividade primária e contribui com até 70 toneladas de detritos vegetais para as teias alimentares associadas, além disso, as marismas têm importante papel na atenuação dos processos erosivos costeiros e na oferta de abrigo para juvenis de diversas espécies de crustáceos, moluscos e peixes comerciais que utilizam esse ambiente para a reprodução, além de servir de local de repouso para aves migratórias.
As marismas dos deltas estão entre os mais extensos e biologicamente importantes habitats de zonas úmidas. Muitos desses habitats têm sido restaurados e preservados, mas as civilizações antigas e mesmo as modernas desenvolvem neles áreas agrícolas. Por exemplo, o plantio do arroz, criando drenos para o controle de enchentes, como nos deltas do rio Tigre, do rio Eufrates, do rio Ganges, do rio Amarelo, do rio Mississipi e do rio Nilo.