Bajaus é um povo conhecido como ciganos dos mares, e vivem literalmente no oceano, em palafitas ou mesmo em barcos nos arredores da Indonésia. Como vivem no mar a alimentação é baseada em frutos do mar e o tempo que eles gastam mergulhando seja para pescar ou realizar outras atividades é praticamente 60% do dia. Esse estilo de vida peculiar já chama a atenção, mas uma façanha fez esse grupo se tornar muito conhecido: eles conseguem permanecer submersos por até 13 minutos em profundidades de até 60 metros!!
Passar tanto tempo submerso não é algo comum, qualquer um que já brincou de prender a respiração em baixo d’água sabe disso, por isso estudos foram feitos para entender como eles conseguem ficar submersos sem equipamento de mergulho por tanto tempo. Como existem evidências de que esses povos mantêm esse estilo de vida há mais de 1000 anos os cientistas já suspeitavam que eles carregassem características genéticas semelhante com as focas, mamíferos marinhos que passam muito tempo submersos e têm os baços desproporcionalmente grandes quando comparados com outros mamíferos.
O baço é um órgão que podemos viver sem ele, mas auxilia na manutenção do sistema imunológico e recicla os glóbulos vermelhos, tirando os glóbulos vermelhos velhos do corpo. Baços maiores portanto aumentam a disponibilidade de oxigênio no sangue, primordial em atividades como o mergulho que priva a pessoa do contato com o oxigênio. Análises de ultrassom mostraram que os bajaus possuem o baço 50% maior do que pessoas que moram na mesma região mas não pertencem a essa comunidade. A análise genética mostrou que existem 25 diferenças significativas do genoma dos bajaus em comparação com o dos outros grupos. Um exemplo foi um gene conhecido como PDE10A que se correlaciona com o tamanho do baço verificado nos bajaus. Esta foi a primeira vez que uma adaptação genética ao mergulho foi identificada em seres humanos.
Assistam o vídeo: