A cada dois anos a FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations – Organização das Nações Unidas para Agricultura e alimentação) apresenta a estatística oficial da pesca e agricultura no mundo todo. SOFIA que é a sigla em inglês de The State of World Fisheries and Aquaculture e pode ser traduzido livremente como “O Estado da Pesca e Aquicultura Mundiais” é a principal publicação da FAO e fornece para a sociedade civil, os tomadores de decisão e todos os envolvidos no setor pesqueiro uma visão objetiva e global da captura pesqueira e da aquicultura, incluindo as questões políticas associadas. Os dados publicados em 2018 são referentes ao ano de 2016.
A produção mundial de pescado atingiu o pico de cerca de 171 milhões de toneladas em 2016, com a aquicultura representando 47% do total. Como a captura de pescado está estagnada desde o final da década de 80, a aquicultura tem sido responsável pelo contínuo e impressionante crescimento no fornecimento de peixe para consumo humano. Em 2016, 88% da produção total de peixe (151 milhões de 171 milhões de toneladas) foi para consumo humano direto. Essa participação aumentou significativamente nas últimas décadas, na década de o uso para consumo humando foi de 67%. A taxa de crescimento anual do consumo de peixe ultrapassou a do consumo de carne de todos os animais terrestres, combinados. O restante do pescado capturado é utilizado na fabricação de óleos e ração para animais.
A China é, de longe, o maior produtor de peixe do mundo e desde 2002, é também o maior exportador de peixe e seus produtos. Só em 2016 a China produziu 15 milhões de toneladas de pescado, enquanto a Indonésia em segundo lugar produziu 6 milhões de toneladas. A polaca do Alasca foi a espécie mais capturada no mundo todo em 2016. A captura de anchoveta vem em segundo lugar e o bonito ficou em terceiro. Um dado preocupante é a quantidade de estoques de peixes que estão sobrepescados. A fração de estoques de peixes que estão dentro de níveis biologicamente sustentáveis exibiu uma tendência decrescente, de 90,0% em 1974 para 66,9% em 2015. Em contraste, a porcentagem de estoques pescados em níveis biologicamente insustentáveis aumentou de 10% em 1974 para 33,1% 2015.
Esse dado se torna mais preocupante quando vemos a quantidade de pessoas que dependem da pesca: 59.6 milhões de pessoas estão diretamente ligadas à pesca e a aquicultura no mundo todo (40.3 milhões de pessoas ligadas à pesca e 19.3 milhões de pessoas ligadas à aquicultura. Com a diminuição dos estoques pesqueiros o perigo destas pessoas perderem seu sustento aumenta.