O transatlântico mais famoso do mundo está com os seus dias contados. Mesmo alocado, desde seu triste naufrágio em 1912, a 3.800 metros de profundidade no Atlântico Norte em um mar gelado, suas estruturas estão sendo consumidas por bactérias, as Halomonas titanicae. Apesar das condições quase congelantes, águas escuras e forte pressão, a vida prospera por lá.
Mas como isso foi descoberto? Em 1993, o Instituto de Oceanografia de Bedford, em Halifax, no Canadá, forneceu à Dra. Henrietta Mann uma amostra de rusticle (uma formação de ferrugem semelhante a um sincelo ou estalactite na aparência que ocorre debaixo d’água profundamente quando o ferro forjado se oxida) retirados do Titanic.
Trabalhando com o colega Dr. Bhavleen Kaur, eles descobriram uma nova espécie de bactéria, a Halomonas titanicae. Para podemos entender a magnitude da descoberta, em 2010, essa bactéria foi considerada como uma das dez principais espécies importantes a serem descobertas.
Um ponto positivo é que essas bactérias ajudam a reciclar estruturas feitas especificamente de ferro. Em nosso dia a dia utilizamos muito o ferro e o descartamos também, sendo que o processo de deterioração pode ser bastante acelerado com a utilização deste microorganismo e com isso “limpamos” o nosso meio ambiente da contaminação com ferro, em nossos aterros sanitários e mares.
Um ponto negativo é que tudo que está no ambiente marinho é suscetível à corrosão, o que é parcialmente ajudado pela Halomonas titiancae. Atualmente, plataformas de petróleo e suas cadeias de amarração, oleodutos de petróleo e gás, navios, máquinas diversas etc. estão sujeitos a corrosão. Pois do ponto de vista econômico, essa corrosão tem um efeito negativo na indústria marítima, porque é caro substituir os componentes que se tornam instáveis devido à ferrugem. E, isso se reflete no Titanic, pois será apenas um mero ponto de ferrugem no fundo do oceano.
Veja o vídeo: