Muitas pessoas acham que o horário de verão foi inventado no Brasil, mas não é a realidade. Esse horário é adotado por vários países do mundo, sendo ideia de um político e cientista norte-americano chamado Benjamim Franklin, no ano de 1784. Somente no início do séc. XX, durante a I Guerra Mundial, é que foi adotado o horário de verão, pois a Alemanha precisava economizar os gastos com carvão mineral em razão dos tempos difíceis do combate e dos gastos militares. A partir disso, outros países começaram a adotar a mudança de horário.
No Brasil, a utilização dessa estratégia de horário de verão aconteceu no ano de 1932, quando o então presidente Getúlio Vargas procurava métodos de economia em tempos de crise econômica mundial. Em 1967, o horário deixou de ser adotado e foi retomado apenas na década de 1980, quando houve um grande problema na produção de energia nas hidrelétricas. Até aqui a adoção do horário não era padronizada, iniciava e terminava em torno de 4 meses.
Somente em 2008 ficou estabelecido, por meio de decreto, que o horário de verão começaria no terceiro domingo de outubro e terminaria no terceiro domingo de fevereiro. Nesse período, os dias são mais longos, devido à posição da Terra em relação ao Sol. Com isso, as luzes sejam acendidas mais tarde, e faz dessa medida uma forma eficiente de se economizar energia. Portanto, o horário de verão era uma estratégia para economizar energia…
Alguns estudiosos defendem que essa estratégia é uma ótima opção, pois ela minimiza a sobrecarga de consumo durante os picos diários. Esses picos, geralmente ocorrem quando as pessoas chegam em suas casas e aumentam o consumo de energia, como por exemplo, ligando o chuveiro, televisão e outros equipamentos eletrônicos, aumentando assim a demanda de energia. A ideia era que, durante o horário de verão, houvesse o maior aproveitamento da luz natural, fazendo com que as lâmpadas de casas, indústrias, espaços comerciais, ruas e espaços públicos fossem ligadas mais tarde, quando o pico de consumo já diminuiu, evitando a sobrecarga da distribuição de energia.
A escolha do mês de outubro para o início do horário não era por acaso, é justamente nesse mês que os dias começam a ficar gradativamente maiores do que as noites, com o sol nascendo mais cedo e indo embora mais tarde, os chamados solstícios de verão (https://www.iguiecologia.com/21-de-junho-inicio-do-inverno/).
A utilização desse horário era feita somente em alguns estados do Brasil, pois o solstício de verão é mais efetivo nas linhas mais afastadas do Equador, já que as zonas equatoriais apresentam poucas variações na duração dos dias e das noites ao longo do ano, o que torna inviável a mudança de horário. Sendo assim, as regiões Norte e Nordeste não produziam os efeitos necessários para a alteração no tempo e não adotavam a mudança de horário. O horário de verão vigorava para os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, desde 2010 o Brasil economizou em torno de R$ 1,4 bilhão para adotar o horário de verão. Entre 2010 e 2014 o aproveitamento de luz do sol resultou em R$ 835 milhões.
O ano de 2019 é o primeiro ano da década em que o horário de verão não será instaurado, de acordo com alguns estudos, nos últimos anos houve mudanças no hábito de consumo de energia da população, levando em consideração essa mudança de hábito e da configuração sistêmica do setor elétrico brasileiro, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) solicitou novos estudos sobre os impactos do Horário de Verão para o sistema elétrico e os resultados apontaram que o Horário de Verão deixou de produzir benefícios para os quais essa política pública foi formulada, perdendo sua razão de ser aplicado sob o ponto de vista do setor elétrico. Foi então que o Ministério de Minas e Energia propôs a suspensão do Horário de Verão em todo o território nacional para o ano de 2019. Ele deixou claro que: “Esta é a posição para este ano. Para o próximo ano, faremos avaliação posterior”.
Outra desvantagem é que com o horário de verão a diferença de fuso horário em algumas regiões do país poderia ser de até 2 (duas) horas do horário de Brasília, o que poderia gerar alguns transtornos entre empresas e profissionais que se localizam nas cidades afetadas pela mudança e empresas estabelecidas em outras cidades, havendo conflitos nos horários de abastecimento de matéria-prima nas mesmas.
Que todos os brasileiros continuem com os hábitos de economia de energia, assim será possível manter o meio ambiente equilibrado.