As garças são aves que constantemente observamos ao redor da nossa sede, são brancas e podem ser altas e baixinhas. Mas o que nos chamou a atenção é a garça-azul (Egretta caerulea). Ela chega a medir até 52 cm de comprimento, com uma plumagem cinzento-azulada, com o bico cinzento e a ponta enegrecida, assim como seus dedos. Quando juvenil é branca, passando por um estágio de transição “malhado”; também apresenta as pernas esverdeadas e os olhos com íris amarela clara. Essa ave se alimenta de pequenos invertebrados e peixes.
Vive sozinha ou em grupos espaçados de 2 ou 3. Em nossa visualização, ela estava acompanhada de outra garça-azul. Seus ninhos são construídos de gravetos, geralmente em manguezais, ou áreas alagadiças, localizados de 1 a 3 m acima da linha d’água. Põe de 2 a 5 ovos azuis.
De acordo com um trabalho publicado por Dimas Gianuca em 2012 (Download), realizado na no estuário da Lagoa dos Patos no Rio Grande do Sul, o período reprodutivo se estendeu de setembro até fins de março. Os ninhos foram confeccionados em alturas entre 1,5 e 4,3 metros acima do solo. As árvores escolhidas foram: Sebastiana brasiliensis (Euphorbiaceae), Mimosa bimucronata (Leguminosae), arbustos Daphnopsis racemosa (Thymelaeaceae) e bambus Bambusa sp. (Poaceae). Analisando a dieta destas aves verificou-se que camarões-rosa (Farfantepenaeus paulensis) corresponderam a 70% das presas consumidas, e os itens alimentares de origem estuarina constituíram 99% da biomassa ingerida. O tamanho das presas variou entre 2 a 5 cm. Neste mesmo artigo os autores citam que a recente expansão da distribuição reprodutiva da garça-azul em direção ao sul pode ter sido favorecida pelo aquecimento climático observado na região do estuário da Lagoa dos Patos e influenciado pela degradação dos estuários no Atlântico sudoeste nas últimas décadas, levando as aves a colonizarem áreas fora da sua distribuição habitual.