A surucucu (Lachesis muta) é a maior cobra venenosa da América do Sul, com mais de três metros de comprimento. Sua distribuição geográfica no Brasil se dá na Amazônia e na Mata Atlântica desde a região Nordeste até o estado do Rio de Janeiro. O nome “muta”, originário do latim, significa “mudo”, referindo-se ao fato dessa espécie se assemelhar à cascavel (Crotalus durissus), mas sem ter chocalho na ponta da cauda. Ocorre em baixas densidades populacionais, em áreas florestadas e, em estudos epidemiológicos regionais, costuma ser responsável por 0,3% a 4,3% das picadas de cobra. A raridade desta espécie também se reflete nos poucos relatos existentes de envenenamentos com esta cobra na natureza. As saliências cônicas de suas escamas, que lembram a casca da jaca, deram origem a outros nomes populares (pico-de-jaca e surucucu-pico-de-jaca) pelos quais essa cobra é conhecida na Amazônia e na Bahia.
Todas as cobras, como esta surucucu aqui, bocejam. Embora não se saiba exatamente o motivo, “geralmente cobras” bocejam “para realinhar ou ajustar suas partes bucais após a alimentação, mas também não é incomum vê-los fazer isso a qualquer hora do dia”, diz o curador de anfíbios, répteis e peixes Ian Recchio, curador de anfíbios e répteis do zoológico de Los Angeles. O nome científico do gênero da surucucu, Lachesis, refere-se a um dos três destinos da mitologia grega. Lachesis atribuiu o tempo de vida de cada pessoa, um tributo ao poder letal da mordida da surucucu. Surpreendentemente, são cobras tímidas e reservadas que geralmente evitam confrontos. A surucucu é considerada a maior serpente peçonhenta das Américas.