Esses dias foi anunciado a extinção do pica-pau-bico-de-marfim (Campephilus principalis), mais conhecido mundialmente pelo nosso querido desenho Pica-pau!
E, a nossa pergunta, mas como isso aconteceu?
O pica-pau-bico-de-marfim foi descrito pela primeira vez na publicação de 1731, na Natural History of Carolina, Florida, and the Bahamas, do naturalista inglês Mark Catesby. Mas tarde, Linnaeus o descreveu na décima edição de seu Systema Naturae de 1758.
O pica-pau-bico-de-marfim é um dos maiores pica-paus do mundo, medindo aproximadamente 51cm de comprimento e 76cm de envergadura, comprimento de 48 a 53 cm, pesando entre 450 a 570g.
Ele se alimenta de larvas de besouro, matéria vegetal significativa, incluindo frutas de magnólia do sul, noz-pecã, nozes de Cayra, sementes de heras venenosas, se alimentam de uvas selvagens, caquis e derivados das árvores do género Celtis. Para caçar larvas em árvores mortas, utiliza seu bico enorme para martelar, cunhar e descascar a casca do caule para acessar seus túneis. Não havia competição por alimento, pois nenhuma outra espécie presente em sua área é capaz de remover a casca rígida com tanta eficácia como o pica-pau-bico-de-marfim.
Enfim, fomos nós os culpados… mais uma vez a intensa atividade madeireira devastou a população de pica-paus-de-bico-de-marfim no final do século XIX. Segundo ornitólogos da época uma população de pica-paus residia em Madison Parish no nordeste da Louisiana, nos Estados Unidos, em uma floresta antiga chamada de Singer, de propriedade da Singer Sewing Company, no qual os direitos de exploração madeireira eram detidos pela Chicago Mill and Lumber Company. A National Audubon Society (uma organização não-governamental de conservação da natureza) tentou comprar os direitos de extração de madeira para a conservação do habitat, mas a empresa rejeitou a oferta. De 1937 a 1939 os pesquisadores estimavam apenas 22–24 indivíduos restantes, dos quais 6–8 estavam no Singer. O último avistamento universalmente aceito de um pica-pau-bico-de-marfim nos Estados Unidos foi feito no Singer pelo artista da Audubon Society Don Eckelberry em abril de 1944.
Segundo a IUCN, as espécies podem ser classificadas em oito categorias: extinta, extinta na natureza, criticamente em perigo, em perigo, vulnerável, quase ameaçada, pouco preocupante e deficientes em dados. Infelizmente O pica-pau-bico-de-marfim é um dos 23 nomes que o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA (FWS, na sigla em inglês) decidiu remover da Lei de Espécies Ameaçadas (Endangered Species Act) dos Estados Unidos porque não vale a pena continuar tentando sua recuperação: sua extinção é dada como certa, tanto na natureza quanto em cativeiro.
A tristeza é tanta em pensar que conseguimos extinguir uma espécie de ave que conviveu conosco, desde a sua descoberta, somente por 213 anos!
Impressionante a capacidade e velocidade com que conseguimos destruir nosso planeta!