Ir para a Amazônia e não ver a vitória-régia é com certeza viagem perdida!
Mas tivemos sorte e no Museu da Amazonia (MUSA), por ser um museu vivo, foi possível realizar o grande encontro…
Mas vamos conhecer um pouco sobre ela. A vitória-régia (Victoria amazonica), tem esse nome em homenagem a rainha Vitória da Inglaterra e são consideradas macrófitas aquáticas. As macrófita aquáticas, (macro = grande, fita = planta), são as plantas aquáticas que podem ser vistas a olho nu e que podem viver em brejos ou até mesmo em ambientes totalmente aquáticos, podendo ser de água doce, salobra e salgada.
As folhas dela tem o formato redondo, que pelos índios lembra um forno de fazer mandioca, justificando seus outros nomes populares como: forno, forno-de-jaçanã, forno-d’água e forno-de-jacaré.
A vitória-régia não é apenas a folha, ela tem toda uma estrutura submersa enraizada no sedimento, que pode chegar de meio a três metros de comprimento e, o que fica fora da água é somente uma parte da planta, a folha.
A flor só abre de noite mantendo-se aberta até a manhã seguinte. Os insetos são atraídos pelo forte odor, no qual ficam presos nela no processo de polinização.
Na vontade de tocar a planta eu me deparei com uma aranha bem ligeira, portanto todo cuidado é pouco na terra de gigantes….
Existe uma lenda brasileira de origem indígena tupi-guarani que explica a origem dessa planta na região:
“Uma linda jovem virgem, a guerreira Naiá, vivia sonhando com esse encontro e mal podia esperar pelo grande dia em que seria chamada por Jaci. Os anciãos da aldeia alertavam Naiá: depois do encontro com a sedutora deusa, as moças perdiam seu sangue e sua carne, tornando-se luz, e viravam estrelas no céu. Mas quem a impediria? Naiá queria muito ser levada pela Lua. À noite, perambulava pelas montanhas atrás dela, sem nunca a alcançar. Todas as noites eram assim, e a jovem definhava, sonhando com a união, sem desistir. Não comia nem bebia nada. Tão obcecada ficou que não havia pajé que a convencesse do contrário.
Um dia, após parar para descansar à beira de um lago, viu em sua superfície a imagem da deusa amada: a Lua refletida em suas águas. Deslumbrada pelo seu sonho, lançou-se ao fundo do lago e se afogou. A Lua, compadecida pelo ocorrido, quis recompensar o sacrifício da Naiá, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente de todas aquelas que brilham no céu. Converteu-a então em uma ‘estrela das águas’, única e perfeita: a vitória-régia. Assim, nasceu uma linda planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e, ao nascer do sol, ficam rosadas.”
Você sabia que as macrófitas são ótimas indicadoras de qualidade da água e respondem rapidamente a alterações por herbicidas, metais pesados, turbidez, salinidade e mudanças no nível da água.