Vamos aprender mais com os nossos estudantes?
A iGUi está fornecendo bolsas de iniciação científica para 5 alunos de graduação. Os alunos terão um ano para desenvolver suas pesquisas e continuar com um bom rendimento no histórico escolar.
Neste mês conheceremos o estudo da aluna de Oceanografia Mariana D. Bastiani, sob orientação do prof. Dr. Leonardo Rörig, que estudará a “Biorremediação de poluentes inorgânicos (N, P) na lagoa da Conceição/SC utilizando a macroalga Ulva lactuca.”
O crescimento populacional e o avanço desordenado da ocupação urbana nas regiões costeiras, aliados à intensificação das atividades industriais, representam um aumento da influência humana nestes ecossistemas. Devido à alta geração de resíduos, que normalmente são descartados nos rios, lagoas, estuários, baías e chegam até o oceano, a poluição das águas vem se tornando uma questão cada vez mais preocupante em todo o mundo. Por se tratar de um bem vital, a necessidade de conservação e recuperação dos recursos hídricos é de extrema importância e exige a busca por medidas mitigatórias eficientes e sustentáveis.
O processo de biorremediação consiste em remover compostos contaminantes do ambiente a partir de organismos vivos tais como microrganismos, plantas, fungos e algas, que podem utilizar estes elementos presentes na água para o seu desenvolvimento. Os sistemas de tratamento de efluentes ainda são deficientes em muitos locais e, quando ocorrem, dificilmente eliminam compostos inorgânicos dissolvidos, tais como nitrogênio (N) e fósforo (P). Altas concentrações desses compostos costumam ser encontradas em águas que recebem descarga constante de esgoto doméstico e industrial, podendo levar à eutrofização do ambiente e causar impactos significativos à fauna, flora e até mesmo à população local.
A Lagoa da Conceição, localizada em Florianópolis (SC), é um dos cartões postais da cidade, muito freqüentada por moradores e turistas. Durante a alta temporada, a população na região chega a triplicar e as preocupações com o controle da poluição aumentam. Por ter ligação com mar é considerada uma laguna, que contém água salobra, e infelizmente se tornou alvo da contaminação pela descarga de efluentes não tratados ou tratados incorretamente. Neste contexto, as algas marinhas do gênero Ulva (Chlorophyta), tornam-se aliadas no processo de biorremediação, removendo estes compostos do ambiente e disponibilizando biomassa de algas com grande potencial econômico para a produção de fertilizantes, rações, biocombustíveis e outras aplicações industriais.
Assim, com o objetivo de reduzir as concentrações de poluentes inorgânicos dissolvidos na Lagoa da Conceição, o projeto de biorremediação a partir do uso de macroalgas se apresenta como uma importante proposta mitigatória sustentável para a região.
Fotos: Eduardo de Oliveira Bastos