Com uma área de 69 000 km² (quase a mesma da Irlanda) entre os territórios da Tanzânia, do Quênia e de Uganda, na África, o lago Vitória é o maior lago do continente africano, o maior lago tropical no mundo e o segundo maior lago de água doce no mundo em termos de área. Por ser a segunda maior reserva de água doce do mundo tem uma enorme importância para os três países africanos citados acima, além de fornecer água para parte da população estima-se que 3 milhões de pessoas dependam diretamente do lago para o seu sustento. Infelizmente, também é um exemplo de como o homem pode afetar negativamente um ecossistema inteiro e os ecossistemas ao redor. Além disso, possui em seu interior mais de 3000 ilhas.
Na década de 1950, em uma tentativa de aumentar os rendimentos da pesca, foi introduzido uma espécie exótica de peixe: a perca-do-Nilo (Lates niloticus). Com alimentos em abundância e sem os predadores naturais, a espécie se espalhou e dizimou quase todas as outras espécies do lago. O objetivo de aumentar a pesca foi atingido, porém apenas por um tempo. Com a extinção de quase todas as espécies de peixes, a perca-do-Nilo ficou sem alimento e começou a sofrer redução, diminuindo assim a renda proveniente da pesca. Durante o período de abundância da pesca, sua introdução também causou impactos no ambiente terrestre. Isso por que a perca do Nilo possui alto teor de gordura em sua carne e a melhor forma de conservá-la é defumando. Houve assim um enorme desmatamento e destruição do ecossistema terrestre no entorno do lago para utilização da madeira como lenha. Atualmente a perca-do-Nilo está sendo retirada e é conhecido que algumas das espécies nativas aumentaram novamente, o lago conta com cerca de 200 espécies de peixes!
Um problema ecológico com um resultado mais feliz foi a luta contra o aumento da planta jacinto-de-água (Eichhornia crassipes), nativa da América tropical, que forma um tapete espesso, causando dificuldades para o transporte e a pesca. Em 1995, 90% do litoral do Uganda foi coberto pela planta, mas conseguiram-se bons resultados na resolução do problema, através da introdução de um inseto (Neochetina eichhorniae) que se alimenta apenas dessa planta.
Mesmo com toda a problemática envolvendo o lago, suas ilhas são disputadas por turistas do mundo inteiro.