De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), agrotóxicos, ou pesticidas, são compostos químicos utilizados na agricultura para matar as “pragas”, incluindo insetos, roedores, fungos e plantas indesejáveis (ervas daninhas). Também são usados em saúde pública para matar vetores de doenças, como mosquitos. Em 1874 foi sintetizado o primeiro agrotóxico: o DDT, mas só em 1939 foi descoberta sua propriedade inseticida e após a Segunda Guerra Mundial teve ampla utilização, a chamada “Revolução Verde” visando promover a agricultura e acabar com a fome no mundo. No Brasil a “Revolução Verde” chegou em meados da década de 60 e foi implantada através da imposição do governo brasileiro: o financiamento bancário para os agricultores era somente liberado se eles comprassem também o agrotóxico.
Entretanto, os agrotóxicos causaram uma grande contaminação ambiental sem o extermínio da fome. Em 1962, a bióloga e naturalista Rachel Carlson publicou a obra Silent Spring (Primavera silenciosa) e as atenções se voltaram para os efeitos dos agrotóxicos. O livro discute o uso indiscriminado desses compostos, que pode causar o óbito de animais, incluindo o Homem. O título representa uma estação de primavera na qual não se ouvia o canto dos pássaros, pois todos desapareceram em consequência do uso abusivo do pesticida. O livro é considerado um marco na utilização dos pesticidas, pois através dele pode-se facilitar ou restringir o uso destes poluentes, medida que somente ocorreu em 1972, nos USA, e inicio de 1980 no Brasil, depois de aproximadamente 20 anos da sua divulgação.
Os efeitos nocivos dos agrotóxicos podem ser vistos no solo, que a longo prazo provocam a redução da fertilidade e aumento da acidez; no ar, podendo causar intoxicação nos seres vivos que forem expostos; e na água, em que nos casos mais graves provocam a morte de várias espécies influenciando todo o ecossistema aquático. O grande perigo é que a contaminação por agrotóxicos não age apenas localmente. Quem ingerir produtos provenientes de lavouras em que foram aplicados os agrotóxicos ou mesmo peixes de rios contaminados pode sofrer graves danos à saúde, entre eles o câncer.
Enquanto outros países tentam reverter o quadro de degradação ambiental e contaminação de alimentos por agrotóxicos, a situação no Brasil se agrava a cada ano. Em 1970 várias fábricas de agrotóxicos foram transferidas para o Brasil e hoje somos o líder no ranking mundial de consumo de agrotóxicos. Segundo o Dossiê Abrasco desse ano, 70% dos alimentos in natura consumidos no Brasil são contaminados por agrotóxicos, destes 28% contêm substâncias não autorizadas pela Anvisa. E, ainda pior, mais da metade dos agrotóxicos usados no Brasil são banidos nos países da União Européia e nos Estados Unidos.
quanta desinformação junta. Somos sim o mair consumidor, somos os maiores produtores de alimentos para o mundo, temos uma agricultura tropical onde as pragas se desenvolvem continuamente exigindo maior controle, diferente de países do hemisfério norte que apresentam controle natural por condições climáticas.
A grande maioria dos produtos fitossanitários são utilizados em culturas que não apresentam consumo direto, sofrem transformações e processamentos. Ninguém utiliza defensívos porque gosta. É a ferramenta que se tem hoje.
A agricultura orgânica, que também acho importantíssima produz hoje 5 kg por habitante/ano… é suficiente?
Mais do que publicar achismos devemos trazer para a discussão soluções…. qual a alternativa????
Prezado Sr. Pedro,
Obrigada pelo seu comentário! Muito pertinente.
Aqui no site vamos expor os problemas como também as alternativas. Vamos sim, falar da agricultura orgânica e outras alternativas. Mas os agrotóxicos fazem parte de uma problemática mundial que deve ser divulgada e discutida também.
Aguarde mais novidades em breve!