Enquanto a pesca baseia-se na retirada de recursos pesqueiros do ambiente natural, a aquicultura é o cultivo de organismos aquáticos, como peixes, moluscos, crustáceos, anfíbios, répteis e plantas aquáticas, geralmente em um espaço confinado e controlado. A aquicultura é uma atividade desenvolvida há muito tempo em várias culturas pelo mundo. Há registros históricos mostrando a técnica em documentos e manuscritos chineses datados de séculos remotos e chega a ser mencionada até em hieróglifos egípcios. Hoje, a aquicultura é vista como alternativa bastante viável à pesca, devido à redução da quantidade de peixes nos mares. Em relação à produção aquícola mundial, a China é o maior produtor. A Indonésia e a Índia aparecem na segunda e terceira posições e o Brasil ocupa a 17° posição no ranking mundial, de acordo com dados publicados em 2010.
Os métodos e ferramentas utilizadas na aquicultura variam bastante, de acordo com a espécies cultivadas, o local e as tecnologias empregadas. Existem desde as formas mais simples como lagos artificiais e tanques rede até gaiolas em águas mais profundas e distantes da costa, com tecnologia para medir as variáveis do local e liberar a ração para os peixes automaticamente. Podemos dividir de maneira bem ampla os tipos de cultivo em três:
• Aquicultura extensiva: utiliza técnicas artesanais, as espécies são criadas em tanques junto ao seu hábitat natural, onde recebem nutrientes e a renovação da água é feita de acordo com a maré.
• Aquicultura semi-intensiva: utiliza tanques na terra e utiliza rações industrializadas.
• Aquicultura intensiva: as espécies são criadas em tanques onde a água é renovada constantemente e as espécies são alimentadas com ração.
O Brasil apresenta excepcionais vantagens para o desenvolvimento da aquicultura, contando com 8.400 Km de costa marítima, 5.500.000 ha de reservatórios de água doce (aproximadamente 12% da água doce do planeta), clima favorável para desenvolvimento dos organismos e terras disponíveis. A aquicultura está em pleno desenvolvimento aqui e os peixes mais cultivados são os de água doce, como o tambaqui, pacu, curimatã, piau, carpa, bagre e a tilápia. O cultivo de ostras, mexilhões e vieiras bem como de camarões e rãs também são espécies importantes na aquicultura nacional.