A turfa é o acúmulo de material orgânico (por exemplo, plantas ou musgos) que foi formado em um local e não foi transportado após sua formação e se acumulou em um ambiente saturado de água e ausência de oxigênio. Essa combinação de fatores faz com que os restos de plantas mortas e musgos não se decompõem totalmente. Quanto mais quente o clima, mais rápido o material vegetal se decompõe. A taxa de material vegetal acumulada é maior em áreas onde a temperatura é alta o suficiente para o crescimento das plantas, mas muito baixa para a vigorosa atividade microbiana que decompõe o material vegetal. Tais condições são encontradas com mais freqüência no hemisfério norte.
Uma turfeira é uma área com uma camada de turfa naturalmente acumulada na superfície (com ou sem vegetação de superfície). De acordo com diferentes definições, esta camada deve ter pelo menos 30 cm de espessura para que um solo seja classificado como turfa. As turfeiras são encontradas em pelo menos 175 países e cobrem cerca de 4 milhões de km² ou 3% da área terrestre do mundo. Os maiores depósitos de turfa estão localizados no norte da Europa, América do Norte e Sudeste da Ásia. As turfeiras realizam uma série de funções ecológicas que só recentemente foram documentadas completamente. Existem inúmeros benefícios ambientais que as turfeiras proporcionam:
- Regulação de fogo;
- Regulação de carbono e mitigação de mudanças climáticas;
- Proteção da biodiversidade;
- Qualidade da água e regulação de enchentes;
- Turismo;
- Provisão de alimentos.
No começo do mês de abril, durante a Assembléia da ONU para o meio ambiente, realizada em Nairóbi, adotou-se sua primeira resolução sobre as regiões de turfa, impulsionando esforços de conservação e proteção. A resolução pede que a ONU Meio Ambiente “coordene esforços para criar um inventário global, abrangente e preciso sobre as regiões de turfa”. Sem dados confiáveis, os formuladores de políticas nem sequer sabem onde esses “pontos críticos de carbono” estão. Com isso, não podem implementar mudanças sustentáveis. A deliberação também encoraja “os Estados-membros e outras partes interessadas a melhorar a colaboração regional e internacional para a conservação e a gestão sustentável das regiões de turfa”. O texto solicita ainda que países e todos os outros atores envolvidos na conservação, gestão e restauração das regiões de turfa “fomentem a conservação e a gestão sustentável” desses ecossistemas.