A poucos dias do ano novo nos deparamos com a notícia de que o Japão suspende a caça de baleias na antártica mas continuará caçando em águas territoriais e zonas exclusivas do país.
O Japão possui cerca de 378.000 quilômetros quadrados, aproximadamente a mesma dimensão da Alemanha ou Paraguai. O território atual do Japão foi definido legalmente após a Segunda Guerra Mundial pelo Tratado de Paz de São Francisco, que entrou em vigor em abril de 1952. Neste período o povo japonês consumia muita carne de baleia pois não havia muita comida disponível, era servida na forma de sashimis, hambúrgueres e almôndegas. Essa prática foi se perdendo nos anos setenta e oitenta, quando a população passou a ingerir outras fontes de proteína animal. Porém hoje em dia a carne ainda é oferecida em merendas escolares e restaurantes.
No vídeo abaixo, de um canal japonês, vários jovens são entrevistados sobre o tema e contam sobre as experiências que tiveram ao se alimentarem de carne de baleia. Muitos já provaram, porém somente para alguns a prática continua nos dias atuais. Mas o que impressiona nesta entrevista é a falta de informação desses jovens sobre o assunto. De como isso é visto por países como Austrália e Estados Unidos. Sobre existir uma Comissão Baleeira Internacional (IWC, na sigla em inglês) no qual o Japão sofre muitas críticas.
Mas o que é essa Comissão?
Em 1946 foi formulada uma Convenção Internacional para regulamentar a caça às baleias e garantir a conservação das espécies e o desenvolvimento ordenado da indústria baleeira. A Comissão Internacional da Baleia (IWC) foi criada em 1948 para implementar a Convenção. O Japão aderiu ao IWC em 1951. Embora o mandato para a IWC ser uma organização dedicada à gestão de recursos de baleias baseada em evidências científicas esteja claramente estipulado na Convenção, a maioria dos países membros se opõe à retomada da caça comercial mesmo para espécies cujo status de recurso tem sido demonstrado cientificamente estar em níveis ótimos de abundância. A caça comercial de baleias foi banida em 1986, depois que algumas espécies foram quase extintas.
O Japão anunciou, neste mês de dezembro, que vai deixar a Comissão Baleeira Internacional e retomar a caça comercial destes mamíferos em julho, em águas territoriais e zonas exclusivas do país. As águas territoriais do Japão compreendem, em regra geral, as áreas marítimas que se estendem por 12 milhas náuticas (cerca de 22,22 quilômetros) desde a linha de base (normalmente a linha de baixa-mar ao longo da costa), definida pela Lei das Águas Territoriais e sua Zona Contígua, baseada na Convenção das Nações Unidas sobre o Direto do Mar. A soberania do Japão estende-se a suas águas territoriais.
De acordo com o plano de trabalho japonês (Outline-of-the-Research-Plan-for-the-New-Scientific-Whale) a intenção é a caça de 127 baleias Minke (Balaenoptera acutorostrata) em ambientes costeiros e 43 em ambientes offshore (alto mar). Para o norte pacífico em águas abertas a intenção é capturar 134 baleias Sei (Balaenoptera borealis).
Fotos da Baleias
A caça japonesa na antártica teve sempre como justificativa os fins científicos, porém a carne dos animais mortos é utilizada comercialmente nos mercados. E, mesmo realizando uma busca rápida por trabalhos científicos japoneses sobre as baleias, não encontramos muitas referências.
No Brasil não existia nenhuma regulação para a caça de baleias, até que em 1923 um decreto geral sobre a pesca foi aprovado, mas a única regulação sobre a caça foi a proibição da captura de filhotes e as fêmeas acompanhadas de filhotes, a maioria dos artigos desse decreto tratava de práticas nos barcos e na partilha do produto. Apenas em 1967 o Brasil começou a colaborar efetivamente em decretos internacionais de proibição de caça de baleias, nesse ano especificamente foi proibido a captura da baleia-azul em águas brasileiras, mas ainda foram necessários mais 19 anos de muita briga e pressão de grupos ambientalistas e da mídia para que finalmente em 1986 a caça de baleias fosse proibida no Brasil. (https://www.iguiecologia.com/caca-de-baleias-no-brasil/ )
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