Quem já foi para a praia já deve ter visto um animal como esse da foto, se você nunca viu é muito provável que você tenha nadado próximo de um animal desse e não percebeu. Ele é conhecido como Caravela Portuguesa, ou simplesmente caravela, e mesmo sendo confundida com a água viva não é uma água viva, é um cnidário (são os primeiros animais na escala evolutiva a apresentarem uma cavidade digestiva no corpo e tecidos verdadeiros, embora ainda não cheguem a formar órgãos). Na verdade não é nem mesmo um único animal é uma colônia composta de quatro animais com funções determinadas: pneumatóforo que é uma bolsa de ar que faz com que os outros membros da colônia boiem, os tentáculos, chamados de dactilozooides, os gastrozooides, que digerem os alimentos que os tentáculos pegam, e os gonozooides, responsáveis pela reprodução.
A Caravela-portuguesa não nada, mas flutua. Move-se pelos oceanos empurrada pelo vento e o pneumatóforo mantém-se à tona. O nome comum da Physalia Physalis (esse é o científico) vem do formato da parte que flutua: parece-se muito com as caravelas usadas antigamente pelos portugueses. Em alguns países também é chamada de Garrafa Azul, devido à coloração azulada que por vezes adquire. As cores da Caravela-portuguesa variam entre o rosa e o azul, sendo muito frequente ocorrerem cores arroxeadas. Estas variações são atribuídas ao ambiente em que se inserem, mas a causa exata é desconhecida.
Ainda que não seja raro ver grupos pequenos, é frequente encontrar mil ou mais Caravelas-portuguesas flutuando em águas mais quentes por todo o mundo. Para evitar algumas ameaças na superfície, as colônias conseguem libertar parte do gás presente nos pneumatóforos e afundar rapidamente. As Caravelas-portuguesas são belíssimas, com as suas cores translúcidas e brilhantes, no entanto, não é aconselhável chegar perto delas. Isto porque debaixo da carapaça mole escondem-se tentáculos compridos, de até 20 metros, que têm cnidócitos venenosos. Estes cnidócitos são células urticantes, recheadas de filamentos que libertam as toxinas da Caravela-portuguesa, quando em contato com a pele, por exemplo. O veneno da Caravela-portuguesa provoca dores muito fortes, queimaduras que podem ser até de terceiro grau e em casos mais extremos, reações alérgicas graves acompanhadas de arritmias, náuseas e necrose do tecido. As queimaduras provocadas pelo contato com os tentáculos provocam cicatrizes, em alguns casos, permanentes.
Então aprecie, mas de longe!!!