Por milhares de anos, as pessoas no Oriente Médio e alguns países da América do Sul extraem água do ar para ajudar a sustentar suas populações, veja também na reportagem https://www.iguiecologia.com/vamos-pescar-agua/. Inspirando-se nesses exemplos, alguns pesquisadores da Universidade de Akron nos Estados Unidos, liderados pelo professor Shing-Chung Josh Wong, estão desenvolvendo uma máquina coletadora de água doce. É uma máquina leve e pequena movida a bateria que pode coletar até 40 litros de água por hora do ar, mesmo em lugares áridos. Os pesquisadores apresentaram o projeto da mochila coletadora de água no dia 21 de agosto no 256º Encontro Nacional e Exposição da Sociedade Americana de Química, a maior sociedade científica do mundo.
O projeto foi inspirado nos coletores já usados e em um curioso inseto, o besouro-da-namíbia. O bicho, que habita o hiperárido deserto da Namíbia, retira toda a água de que necessita para viver graças a um sistema de absorção de partículas do ar em sua carapaça. O cientista acredita que o futuro não está em depender de água tratada e sim desenvolver um novo tipo de coletor de água que pode aproveitar as abundantes partículas de água na atmosfera.
Para minituarizar o sistema de coleta de água já existente, Wong e sua equipe utilizaram polímeros obtidos a partir de eletroforese, a eletroforese usa energia para produzir fibras de polímeros que variam de poucas dezenas de nanômetros até um micrometro, ou seja, com entrelaçamento microscópico. Tais polímeros oferecem uma relação superfície-volume incrivelmente alta, muito maior do que as fornecidas pelos destiladores de água já existentes. As nanofibras absorvem a água do ar e filtram, para otimizar o fluxo do ar e assim tornar a captação mais eficiente, mas o projeto precisa ser alimentado por uma bateria.
A mochila coletora de água ainda é um projeto, mas o cientista acredita que em breve ela poderá ser produzida em larga escala a um preço acessível.
Veja a entrevista completa do Professor Shing-Chung Josh Wong