A pesca nos rios é responsável pela segurança alimentar em vários locais, principalmente para as populações mais pobres da Amazônia. Isso era esperado pois a Floresta Amazônica é considerada a maior bacia hidrográfica do planeta, já que 80% de água doce se encontra na região amazônica. Assim, o Rio Amazonas, possuindo mais de mil afluentes, é o maior e o principal rio da Amazônia. A Amazônia reúne cerca de 3.000 espécies de peixes, fora a grande quantidade que ainda não foi catalogada pelos cientistas brasileiros por falta de incentivo à pesquisa na região por partes dos governantes ao longo da história.
Mas o que a floresta e o desmatamento têm a ver com os peixes? Na Amazônia há regiões conhecidas como planícies de inundação, que são regiões à margem de um curso d’água que fica inundada durante as cheias. Na época de cheia os peixes utilizam esses locais principalmente para se proteger de predadores e para se alimentar aumentando suas chances de sobrevivência. O problema é que na época da seca o solo nessas regiões é rico em nutrientes e essas áreas tem sido cada vez mais utilizadas para a agricultura. Dependendo da forma de uso essas regiões mudam totalmente e os peixes não conseguem mais se abrigar e se alimentar.
Diversos estudos têm relacionado a quantidade de floresta intacta com a diversidade e a quantidade de peixe e os resultados mostram que quanto mais floresta mais peixes. Em um estudo publicado, pesquisadores brasileiros obtiveram resultados que comprovam que a remoção de florestas de planícies de inundação reduz os rendimentos da pesca. Portanto o aumento da proteção das florestas de planícies de inundação é necessário para manter os serviços de segurança alimentar, de renda e de subsistência fornecidos pelas pescarias nessas regiões.