A criação do Dia Nacional da Mata Atlântica foi instituída através do Decreto Presidencial de 21 de setembro de 1999. O dia 27 de maio foi escolhido em memória da famosa “Carta de São Vicente”, onde o Padre Anchieta teria descrito pela primeira vez as belezas das florestas tropicais do Brasil, em 1560.
A Mata Atlântica é um bioma de floresta tropical que abrange a costa leste, sudeste e sul do Brasil, leste do Paraguai e a província de Misiones, na Argentina.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente a Mata Atlântica é formada por um conjunto de formações florestais e ecossistemas associados como as restingas, manguezais e campos de altitude, que se estendiam originalmente por aproximadamente 1.300.000 km2 em 17 estados do território brasileiro. Hoje os remanescentes de vegetação nativa estão reduzidos a cerca de 22% de sua cobertura original e encontram-se em diferentes estágios de regeneração. Apenas cerca de 7% estão bem conservados em fragmentos acima de 100 hectares.
Mesmo reduzida e muito fragmentada, estima-se que na Mata Atlântica existam cerca de 20.000 espécies vegetais (cerca de 35% das espécies existentes no Brasil), incluindo diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Essa riqueza é maior que a de alguns continentes (17.000 espécies na América do Norte e 12.500 na Europa) e por isso a região da Mata Atlântica é altamente prioritária para a conservação da biodiversidade mundial. Em relação à fauna, os levantamentos já realizados indicam que a Mata Atlântica abriga 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes.
Além de ser uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade, tem importância vital para aproximadamente 120 milhões de brasileiros que vivem em seu domínio, onde são gerados aproximadamente 70% do PIB brasileiro, prestando importantíssimos serviços ambientais. Regula o fluxo dos mananciais hídricos, assegura a fertilidade do solo, suas paisagens oferecem belezas cênicas, controla o equilíbrio climático e protege escarpas e encostas das serras, além de preservar um patrimônio histórico e cultural imenso. Neste contexto, as áreas protegidas, como as Unidades de Conservação e as Terras Indígenas, são fundamentais para a manutenção de amostras representativas e viáveis da diversidade biológica e cultural da Mata Atlântica.
A seguir vamos destacar os conjuntos de formações florestais definidas pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) em 1992:
• Floresta Ombrófila Densa: é a formação vegetal que ocorre no litoral, nas escarpas da cordilheira atlântica ou em áreas próximas ao oceano, sob influência das massas de ar úmida, o que confere alta pluviosidade durante o ano todo. É a formação vegetal que possui maior grau de endemismo de espécies vegetais
• Floresta Ombrófila Aberta: sendo considerada uma vegetação de transição com a Floresta Amazônica, ela está basicamente restrita à região Nordeste. Pode ser incluída nesse conjunto a Mata dos Cocais no Maranhão.
• Floresta Ombrófila Mista: tendo sua maior parte de ocorrência no planalto meridional, nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ela eventualmente pode ocorrer no estado de São Paulo e nas escarpas da Serra do Mar e da Mantiqueira. As espécies que caracterizam essa formação pertencem, principalmente, aos gêneros Araucaria, sugerindo uma ocupação recente, a partir dos refúgios alto-montanos.
• Floresta Estacional Decidual: caracteriza-se pela perda de mais de 50% das folhas na estação seca. Isso se evidencia pelo o aumento de serapilheira (camada formada pela deposição e acúmulo de matéria orgânica morta em diferentes estágios de decomposição que reveste superficialmente o solo ou sedimento aquático. É a principal via de retorno denutrientes ao solo) nessa estação. É encontrada no Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais, Goiás e Tocantins.
• Floresta Estacional Semidecidual: É uma formação caracterizada por ocorrer em regiões em que existe uma sazonalidade no regime de chuvas, o que acaba conferindo a perda de 20% a 50% das folhas na estação mais seca. É a formação que ocorre em grande parte do interior do Brasil, ocupando principalmente a bacia do rio Paraná, se estendendo até o leste do Paraguai e a província argentina de Misiones.
• Mangues: Considerada como vegetação pioneira, visto ocorrerem em solos instáveis do litoral, rejuvenescidos pela constante deposição de areias marinhas e fluviais. Devido à influência marinha, a salinidade tem grande efeito nos manguezais, fazendo com que as espécies se adaptem a essa condição ambiental restritiva.
• Restingas: trata-se de um tipo de vegetação que recebe influência direta das águas marinhas, e com gênero de plantas típicas das praias: a influência direta das marés, a salinidade do solo, a estabilidade da areia e o microclima definem as fisionomias vegetais que compõe a restinga.
• Campos de altitude: é uma vegetação típica de ambientes montano e alto-montano encontrada principalmente nas regiões serranas do sudeste, ocorrem em cadeias elevadas da Serra do Espinhaço, Mantiqueira e do Mar. Trata-se de uma fitofisionomia da Mata Atlântica ainda muito pouco conhecida do ponto de vista da biodiversidade.
Vamos preservar nossa Mata Atlântica!