Nos dias 21 a 24 de janeiro de 2020, ocorrerá em Davos, na Suíça, o Fórum Econômico Mundial (FEM). O FEM é uma organização sem fins lucrativos na Genebra, Suíça, na qual foi fundada em 1971 por Klaus Martin Schwab, um professor de administração na Suíça. Todo o mês de janeiro ela reúne os principais líderes empresariais e políticos, assim como intelectuais e jornalistas selecionados para discutir as questões mais urgentes enfrentadas mundialmente, incluindo também o meio-ambiente. A reunião reúne CEOs das 1000 empresas-membro do Fórum, assim como políticos selecionados, representantes acadêmicos, ONGs, líderes religiosos e a mídia. Além das reuniões, o Fórum produz vários relatórios de pesquisa e engaja seus membros em iniciativas setoriais específicas.
O cenário de tensões geopolíticas e geoeconômicas em 2019 provocou inquietação à medida que o mundo enfrentava “desafios”, como degradação ambiental e interrupção tecnológica. Os riscos econômicos estão ausentes entre os dez assuntos mais importantes a serem discutidos e como sugere, Emilio Granados Franco, Chefe de Riscos Globais e Agenda Geopolítica do Fórum Econômico Mundial, talvez isso seja o ponto cego deste ano: “Como os riscos ambientais e econômicos estão indissociavelmente ligados, as percepções de risco que representam apenas um sobre o outro podem significar pontos cegos e as mitigações (consiste em intervenções visando reduzir ou remediar os impactos ambientais nocivos da atividade humana) para combater podem estar faltando.”
Os cinco principais riscos globais em termos de probabilidade e gravidade do impacto são:
1. Eventos climáticos extremos com grandes danos à propriedades, infraestruturas e perda de vidas humanas.
2. Falha na mitigação e adaptação às mudanças climáticas por parte do governo e das empresas.
3. Grande perda de biodiversidade e colapso do ecossistema (terrestre ou marinho) com consequências irreversíveis para o meio ambiente, resultando em recursos severamente esgotados para a humanidade e para as indústrias.
4. Grandes desastres naturais, como terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas e tempestades geomagnéticas.
5. Danos e desastres ambientais causados pelo homem, incluindo crimes ambientais, como derramamentos de óleo e contaminação radioativa.
Segundo o Fórum, especialmente para as gerações mais jovens, a saúde do planeta é alarmante. Os riscos são percebidos de maneira diferente pelos nascidos após 1980. Eles classificaram os riscos ambientais mais altos do que outros entrevistados, a curto e a longo prazo. Quase 90% desses entrevistados acreditam que “ondas de calor extremas”, “destruição de ecossistemas” e “saúde impactada pela poluição” serão agravadas em 2020, em comparação com cerca de 70% para outras gerações. Eles também acreditam que o impacto dos riscos ambientais até 2030 será mais catastrófico e mais provável.
Peter Giger, diretor de risco do grupo Zurich Insurance Group, sugere às empresas que desenvolvam métricas que avaliem o valor da natureza em seu trabalho. Ele destaca como a impressionante perda de biodiversidade – 83% dos mamíferos selvagens e metade das plantas do mundo – dificulta a adaptação dos ecossistemas às mudanças. A degradação de áreas úmidas, manguezais e recifes de coral se traduz em custos de seguro para empresas locais. “O investimento em práticas florestais ecológicas e sensatas reduziria os custos dos seguros para setores como empresas de energia e água que podem estar expostos a riscos de incêndio”.
John Drzik, presidente da Marsh & McLennan, coloca a responsabilidade do setor privado em assumir a liderança para as mudanças. Ele destaca que, com o progresso multilateral limitado, as empresas devem agir de forma lógica para mitigar riscos e encontrar oportunidades. Ele estabelece orientações claras sobre como se tornar mais resiliente (capacidade de o indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas) estrategicamente diante das ameaças climáticas às operações comerciais e explica como encontrar novas e ampliadas oportunidades de mercado.
Vamos ficar atentos para esse Fórum semana que vem….muitas coisas precisam mudar…