Recentemente a equipe da iGUi Ecologia esteve em Manaus, no Amazonas, e aprendeu muito sobre o boto-vermelho ou também conhecido como boto cor-de-rosa (Inia geoffrensis), com os pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
Temos tantas informações para compartilhar que iremos fazer vários textos sobre o assunto!
O boto-vermelho é um cetáceo que vive no bioma Amazônico, é o maior golfinho de água doce do planeta, podendo chegar a 2,5m de comprimento, pesar 200kg e pode viver até 50 anos.
As fêmeas atingem a maturidade sexual por volta de 10 anos e a sua gestação dura de 12 a 13 meses, dando à luz a um único filhote, que permanece com a mãe durante 3 anos.
Conversando com a Dra. Vera M. F. da Silva, ela nos relatou que esses animais apresentam algumas particularidades em relação aos outros cetáceos marinhos. O seu pescoço é flexível, permitindo a movimentação da cabeça para todos os lados. Nos demais cetáceos, ocorre a redução das distancias intervertebrais, no qual apresentam pescoço rígido e coluna compacta, permitindo maior velocidade e saltos fora da água.
O seu melão, estrutura situada na testa no qual está diretamente envolvido com a ecolocalização do animal, é maior do que os demais cetáceos e móvel.
No boto, seu corpo é bastante flexível, com grande manobrabilidade para nadar entre as arvores na floresta alagada. A nadadeira dorsal é baixa e longa, permitindo também que o animal nade entre as arvores dos igarapés, ao contrário dos demais que é curta e pontuda.
A maioria dos cetáceos odontocetos (que possuem dentes) possui dentição homodonte, ou seja, todos iguais e permanentes, com formato cônico (pontiagudo) e pouco curvado. Porém, nos botos há a presença de dois tipos de dentes. Encontramos os dentes molariformes. Lembrando que esses animais não realizam a mastigação, a utilização dos dentes é para apreender e segurar o alimento na boca para depois engolir.
Esses animais são bastante brincalhões, há relatos que ele consegue virar os barcos bem pequenos somente por diversão….
Porém, hoje encontra-se na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como espécie ameaçada de extinção, pois em 25 anos de estudos a população desses animais foi reduzida devido principalmente ao uso da sua carne como isca para a captura de um peixe bagre, o piracatinga (Calophysus macropterus), conhecido popularmente como douradinha.
Segundo o site, http://alertavermelho.org.br/, estima-se que 2.500 Botos vem sendo mortos todos os anos, em determinadas regiões da Amazônia!