Um dos grandes problemas enfrentados para garantir a sustentabilidade dos recursos marinhos para as futuras gerações é o bycatch. Bycatch é um termo em inglês usado para definir as espécies que são capturadas nas pescarias, mas que não são alvo das mesmas. Em português, o termo usado é captura acidental ou incidental. Essa captura acontece por que os petrechos (equipamentos de pesca, ex.: rede, linha, rede de arrasto) usados para capturar os peixes e invertebrados não são seletivos. Por exemplo, quando o pescador realiza o arrasto para capturar camarão é difícil evitar que outras espécies sejam capturadas, por que esse petrecho vai arrastando tudo o que está no seu caminho, inclusive outras espécies.
Essas espécies não alvo podem ter diferentes destinos: podem ser comercializadas, devolvidas ao mar com vida ou morrer. A estatística global mostra que aproximadamente 300 mil golfinhos, 250 mil tartarugas marinhas e 300 mil aves marinhas são mortos acidentalmente todo ano. Os números são ainda mais alarmantes quando incluídos outros animais: a estimativa é que 38 milhões de toneladas de animais marinhos são capturados acidentalmente.
Para evitar a captura acidental existem petrechos de pesca mais seletivos, bem como tem sido desenvolvido dispositivos e métodos para diminuir o impacto da pesca nas espécies não alvo. A substituição do anzol tradicional, por exemplo, em formato do “J” pelo anzol circular evita que tartarugas marinhas sejam fisgadas. Também para evitar que as tartarugas sejam capturadas, existem redes de arrasto com uma abertura superior que permite que elas escapem. Outros métodos mais novos como o uso de sinais sonoros, luminosos ou mesmo cheiros que espantam as espécies não alvo também são usados. Para algumas aves marinhas, as iscas são pintadas para que as mesmas não visualizem do alto.