Como você se desloca de um local para outro? Você vai de carro, moto, transporte coletivo, transporte aéreo ou aquático? Entendo que morar no Brasil requer uma paciência extra quando falamos de trânsito, pois além das ruas com inúmeros buracos, temos também a falta de segurança! Mas precisamos entender os impactos ambientais que os meios de transporte causam e qual a solução para a diminuição da poluição causada por eles.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) considera que qualquer tipo de meio transporte gera impacto, desde seu processo inicial até de maneira indireta. A poluição causada não é somente dos combustíveis em contato com a atmosfera, vai muito além disso, como por exemplo, os resíduos deixados nos locais de concentração (rodoviárias, portos e aeroportos) por utilitários desses meios de transporte.
Um estudo realizado pelo Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir), diz que os principais resíduos e os que mais oferecem riscos ao meio ambiente são causados pelo transporte, manuseio e uso inadequado de produtos que são considerados perigosos e nocivos ao meio ambiente e à saúde humana.
No Brasil, o serviço de transporte aéreo é administrado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), a qual controla e específica programas de gerenciamento de resíduos sólidos e riscos ambientais, que têm como objetivo o manejo apropriado dos resíduos gerados no aeroporto de acordo com a legislação.
Em relação ao transporte aquático, o MMA faz a observação que os tipos de resíduos são desde restos de cargas, resíduos de papel e plástico, resíduos domésticos gerados nas cantinas, lavanderias, sanitários e restos de mercadorias; assim como resíduos perigosos como lubrificantes, vernizes, solventes e baterias usadas. O controle desses resíduos devem seguir o padrão de gestão integrada de resíduos, pois assim garante quais materiais podem ser manuseados, armazenados ou encaminhados para o destino correto. Existe uma ficha de caracterização de resíduos gerados que torna possível o destino de cada contêiner, separado e padronizado por cor.
Em relação ao serviço de transporte terrestre, a emissão de poluentes atmosféricos pelos veículos é um dos principais resíduos gerados, ainda mais pelo fato de existir uma grande quantidade de veículos muito velhos, causando assim uma emissão ainda mais expressiva de gases poluentes na atmosfera. Além disso, um estudo realizado pelo MMA e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), alerta sobe a existência de cerca de 9 milhões de carros e 400 mil de caminhões sucateados pelo país, esse tipo de material em deterioração pode contaminar o solo e o lençol freático contribuindo com a proliferação de doenças. Sem contar o descarte de resíduos feitos pelas pessoas de maneira inadequada ao longo dos seus deslocamentos. Aqui a melhor maneira de reduzir esses impactos é a inspeção ambiental e, se possível a utilização de mais transportes coletivos ou pra ficar ainda mais sustentável, realizar os deslocamentos de bicicleta ou a pé.
Para minimizar esse tipo de impacto é necessário um gerenciamento efetivo dos resíduos, tanto por parte de órgãos governamentais, como por parte da nossa responsabilidade em sensibilizar as pessoas dos meios em questão e de quem utiliza os tipos de transporte citados.
Uma maneira muito efetiva de diminuir esse impacto é se espelhar em cidades de diversos países que estão buscando a aplicação e o desenvolvimento de novas formas de transporte para a população, investindo em formas de planejamento urbano eficientes e modelos de transportes verdes, não poluentes, que são: as bicicletas e ciclovias, meios de transporte coletivos de baixa ou nenhuma emissão, calçadas regulares e seguras que promovam a locomoção a pé, dentre muitos outros meios de transporte que não emitam poluentes.
Esta semana, uma das sete ganhadoras do prêmio Jovens Campeões da Terra 2019 (já falamos sobre o prêmio, para relembrar acesse : https://www.iguiecologia.com/projeto-aqualuz/), Sonika Manandhar trouxe a iniciativa “Green Energy Mobility”, que é tornar o transporte público, especificamente os micro-ônibus do Nepal, uma alternativa de qualidade aos veículos particulares, contribuindo para o combate das mudanças climáticas. No Nepal, os veículos elétricos são popularmente conhecidos como “propriedade de mulheres”, a iniciativa de Sonika ainda contribui para o empoderamento feminino, oferecendo a elas melhores condições de financiamento.
O mundo precisa de ideias revolucionárias como a de Sonika, somente assim começaremos a enfrentar os desafios ambientais globais e ao mesmo tempo contribuindo para o crescimento sustentável do mundo. Cabe também aos gestores atuais desenvolver e dar acesso à população melhores maneiras de se locomover dentre dos espaços urbanos de forma sustentável!
Vamos juntos reivindicar as mudanças em prol a nossa qualidade de vida e a qualidade ambiental!!