A rede que pesca água, ou Cloudfisher em inglês, faz exatamente o que o nome diz, pega água do céu. O designer alemão Peter Trautwein, no seu aniversário de 50 anos, sentindo-se grato por ter atingido seus objetivos profissionais, quis “dar” um presente para a humanidade, e assim desenvolveu a Cloudfisher e doou os direitos de patente para a Fundação da Água.
Essa tecnologia imita a maneira em que uma teia de aranha recolhe naturalmente gotas orvalhadas de névoa. O vento leva a neblina contra as redes suspensas verticalmente. As gotículas são apanhadas na malha e se transformam em gotas maiores, as quais caem então na calha coletora abaixo. A partir daí a água de neblina é canalizada para um reservatório. A tecnologia é usada em países onde nuvens e neblina são abundantes: por exemplo, no Chile, Colômbia, Eritreia, Irã, Marrocos, Omã, África do Sul, Espanha (Tenerife), Tanzânia e Iêmen.
O Cloudfisher se tornou um objeto de pesquisa com apoio da Universidade de Munique. Isto porque, a qualidade da estrutura e da rede sempre foram questões consideradas importantes. Diferentes estruturas de rede foram testadas para avaliar o melhor rendimento de coleta de água. Ventos fortes podem danificar a rede e interromper a produção da água, afetando as pessoas que dependem desta fonte e dispõem de poucos recursos para sua manutenção. Por isso, a rede do Cloudfisher está na sua versão de número 8. Dependendo da região e da época do ano, o CloudFisher colhe entre quatro e catorze litros de água por metro quadrado de rede. O sistema está ajudando a fornecer água para as pessoas em áreas áridas do Marrocos, liberando tempo para que mulheres e crianças possam trabalhar e estudar.