As veredas são um importante subsistema do Bioma Cerrado, possuindo, além do significado ecológico, um papel sócio-econômico e paisagístico que lhe confere importância regional. São espaços brejosos ou encharcados, que contêm nascentes ou cabeceiras de cursos d’água. São comumente encontradas no estado de Minas Gerais, Bahia e na Região Centro-Oeste.
As veredas típicas são vales rasos, com caimento pouco pronunciado e fundo plano preenchido por argilas hidromórficas. A palmeira buriti é também um elemento característico e o escoamento de água é praticamente o mesmo o ano todo com poucas variações sazonais. São circundadas por campos típicos, geralmente úmidos, e os buritis não formam dossel (cobertura contínua formada pela copa das árvores) como ocorre no Buritizal. A literatura indica três zonas ligadas à topografia e à drenagem do solo: ‘borda’ (local de solo mais seco, em trecho campestre onde podem ocorrer arvoretas isoladas); ‘meio’ (solo medianamente úmido, tipicamente campestre); e ‘fundo’ (solo saturado com água, brejoso, onde ocorrem os buritis, muitos arbustos e arvoretas adensadas).
A importância primordial das veredas é o fato de serem áreas produtoras de água e participam do controle do fluxo do lençol freático, além de ser um sistema represador da água armazenada e também são responsáveis pela manutenção e multiplicação da fauna terrestre e aquática. Além disso, as veredas também possuem uma importância econômica e histórica por serem determinantes para a fixação do homem no campo e desenvolvimento da região Cerrado.
Infelizmente, no processo de ocupação do Cerrado, as veredas eram vistas como áreas “perdidas” devido ao seu aspecto brejoso e até hoje são constantemente queimadas para limpeza, plantações de culturas para subsistência e formação de pastagens a serem usadas no período da seca. Outros proprietários usam as veredas como áreas para entulho de restos de desmatamentos.
Muito triste em ver que o melhor que podem fazer com a riqueza do cerrado é desmatar ou descartar o que não é útil